sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Maldito pecado!

Como não percebi, tudo me dizia para evitar, estava apreensivo, de fato não queria ir nessa maldita festa mas achei que era só uma preocupação besta... pois bem, fui.
Naquele dia de manha abri a apostila de projeto no metro visando analizar alguns poemas de Goethe, seria bom começar um dia romântico com poemas românticos... não foi o que ocorreu. Foleando a apostila encontro "o corvo" e o leio, leio com atenção e percebo tantos detalhes, finalmente entendo que o corvo nada mais é do que a razão, o corvo é a verdade, a verdade que nos grita "nunca mais"... De fato sinto isso... Nunca mais... Mas se nunca mais for minha verdade então o que há de ser do meu futuro? É o segundo dia... não tenho condições de responder nada!
Lí o corvo, ainda tinha um tempo e procurei Goethe, não que ele seja um poeta muito alegre mas o único poema que eu lí tratava de lágrimas de amor, uma previsão amarga de como terminaria esse dia... "Não sequeis não sequeis/Lagrimas de infeliz amor!". Não posso deixar de discordar inteiramente de tal poema... lagrimas não são boas... embora de fato o mundo pareça ermo e morto quando nossos olhos se encontram secos... muito bem... soluços e contorções lacrimais são de fato incomodas mas não são menos do que os olhos secos diante da situação incorrigivel... Muito bem Goethe, vencestes... "Não sequei não sequeis lágrimas de infeliz amor"
Chego a festa e ela demora bem umas 2 horas... até ai nada de mais. Conversamos lindamente até que vem o primeiro beijo... o primeiro depois de 6 meses... tão desagradavel, tão... insípido! "Adimita Rodrigo, você não sabe dançar..." foi o próximo golpe... que dor... sou um idiota... Bovary pós-moderno... um panáca... não sei dançar... sei mas não sei... maldita situação... "Eu gosto de você mas quando ví hoje percebi que não ia rolar" penultimo golpe... 6 meses destroem, 2 dias dão uma ideia falsa de que o amor é perene mas não se cimenta um amor em dois dias! Mas até aqui tudo bem, poderiamos tentar outro dia, o ambiente era terrivel, nada romantico! Ela suava de calor, mal podiamos caminhar e ela é quem praticamente abria caminho para mim, me tomava pela mão e me puxava, ela que hoje admitiu gostar de ser encaminhada, de ser levada na relação, de... não posso dizer assim... sou realmente um panaca, tolo, um paspalho... maldição.
Golpe final, brincadeira simples, nada de mais. Coloquei a mão nos olhos dela brincando, brincando de querer evitar de ela ver um cara que disse que iria tirar a camisa... afasto as minhas mãos e depois ela grita... fica assustada... colérica por um segundo, deixa sair um palavrão, realmente me chinga e ao perceber tal atitude praticamente encolhos os ombros em submissão (idiota, panaca, palerma, sencivel, paspalho, submisso, idiota sem reação, detestavel, mediocre, sim, mediocre). Perdera as lentes, minha cara perdera uma das lentes. Me baixei para procurar, nunca vi uma lente na vida então o que eu procurava? (se não bastasse é inculto também!) Desisti... "Caiu mais para longe ela disse" mas não adiantava mais, já teriam passado por cima. Grande coisa diriam mas lembrem-se que por 8 meses ela ficou trancada por brigar com a irmâ, tinha acabado de recobrar a liberdade e eu tirei, numa brincadeira infantil tirei todas as esperanças de libertade dela! Ela ficou triste, calada, resoluta, um anjo tão deprimido, a imagem ainda me dilacera o coração... doi... maldita hora que acordei naquele dia... maldita hora que aceitei essa festa... nunca vou poder acompanha-la numa balada pois não sei dançar, porque não sei beijar, agarrar, porque sou desastrado... em suma... porque nunca fui um amante!
Duas vezes ela tentou acariciar-me e nas duas fugi... não sei porque, não entendo... ela fugiu uma vez tambêm quando eu tentei... pânico... isso me dilacera mas tenho de escrever. Não quero contar os detalhes mais de uma vez e preciso tirar isso de mim de alguma forma... Ela estava triste... anjo calado... cansada... deprimida... como se sentisse já os grilhões pesados lhe apertando os tornozelos... maldição.
Adiantamos a partida. Ela se foi. A ultima coisa que vi foram as costas dela entrando no carro. Lá se foi minha Barbara. Mas a vida ainda guardava sua ultima surpresa... a chave para perceber todos esses sinais... ao lado da entrada da festa havia um pequeno cartaz: "Abandonai aqui toda a esperança"... o final perfeito, até parece planejado... de fato minha vida é um filme... só não esperava esse desfecho!
Dia 6/09/2007 era para ser um recomeço, uma data para marcar a volta do casalzinho feliz! Foi um marco e há de ser lembrado! O dia em que tudo acabou! As ilusões romanticas escorrem... e o idiota insiste em esperar... insiste em querer uma ultima chance num lugar aceitavel... eu insisto num recomeço... Estou em pânico... As mulheres não são perfeitas, nenhuma presta, nenhuma me aceita... sou um deslocado... deslocado... deslocado que jogou as esperanças no lixo ao lado de uma lente partida... uma lente tão importante e que agora jaz entre lixo ordinário...

Um comentário:

Rodrigo, o Coelho disse...

Que ninquem comente nesse post! Coloco aqui apenas como desabafo, como marco e para evitar que saiam por ai me perguntando e me forçando a contar as causas de minhas ações! Se quizer ajuda pedirei pessoalmente, não preciso dessa corja de infelizes bancando os teóricos a me dar conselhos!!!