sábado, 26 de dezembro de 2009

Um anacronismo

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....Um anacronismo que contrasta de forma grotesca com o texto anterior mas que tem de vir aqui devido a seu valor histórico. Esse é um poema da aula de projeto de literatura. Escrito na epoca do apartheid. Nos 9 meses. Na era sombria. E posso me divertir inventando noems legais. Ainda assim ai vai ele. é bonito no fim das contas. Merece estar aqui. Nem é tão meloso embora no momento me cause um pouco de asco (não tanto pelo tema ou pelo fato historica mas pelo estilo mesmo, viva o Lemmy)






DESCANSO

Anda peregrino à terra sagrada
Foge do sol e teme a lua
Finalmente vez Jerusalem samada
Felicidade ilumina a fronte tua

O cansado viajante que se deite
Na igreja depois de tanto esforço
Sentirá a alegria que meu coração sente
Ao descançar a cabeça em teu pescoço?

Esse momento que existe em minah mente
Sonho de emses de solidão
Me acalma, me alegra e desmente
Quem não lhe permite perdão

O tempo passa e a imagem some
Esquecendo a minha bela dama
E caso um novo sentimento me tome
Para a outra não darei uma grama (essa foi a parte força da da rima... ainda dói em mim...)

Mesmo sendo amor um mar imenso
E a ausência o faça se agitar
E o céu escuro ficar denso
Não quero com ninguem compartilhar!

Esse amor é dela
E o que ela quiser com eel será feito
Esse coração é dela
E sinto que ele não bate no meu peito

(e bla bla bla... cara... que meloso eu era... eca!)

3 comentários:

Anônimo disse...

Foster, rapaz!

Estas poesias são de sua autoria? (pelos auto-comentários em vermelho creio eu que sim). Fico surpreso que alguém tenha a artimanha poética embutida nos talentos. É raro ver pessoas com esta vocação por aí (encontrei o último que conheci, há uns dois anos, no bandejão central, mas não tínhamos assunto, logo fingi não vê-lo).

Mas, enfim, me identifiquei com esta poesia pois, na primeira noite de 2009 senti um surto irreprimível de escrever algo cuja essência era a mesma e a metáfora também (a do viajante). Muito bom, rapaz! Continue e evolua! A maioria das rimas é sofisticada e de uma criatividade notável!

Muito bom, Foster!

Urbano

www.rodrigocoelho55 disse...

Urbano.... obrigado mas poesia não é meu foco... escrever os contos do meu dia a dia são mais legais. A poesia é trabalhosa e ingrata, uma rima que não fica boa estraga todo o resto. Mas quem sabe... basta uma musa para mudar um mundo

Anônimo disse...

Foster, não há como eu não concordar com você. Realmente uma rima mal-feita estraga os melhores versos (quantas vezes já me deparei com isso!!) É por isso que só consigo compôr um soneto por ano e tudo de verso que sobra jamais verá a luz por conto deste motivo já citado.

Não consigo escapar dos versos decassílabos e da métrica. Invejo o teor explosivo da poética de Álvaro de Campos e toda sua intensidade metafísica, mas definitivamente não consigo ser tão vanguardista a ponto de inovar. Prefiro a métrica e a ordenação das rimas e das tônicas, por um motivo que está justamente inerente à minha escolha pela Arquitetura: o fato de eu primar pela ordenação e atingir a beleza por meio da simetria e proporção (bom, deixemos o resto para o Maíque).

E quanto às musas, olha... Já entreguei sonetos à musas de diversas formas (a mais deplorável foi em forma de depoimento de orkut, acredite). E o que elas fizeram? A do orkut, sem entender coisa alguma, deixou-lá junto de sua coleção de outros depoimentos de outros pobres coitados que se iludiam e escreviam (nada de métrica clássica, mas escreviam).

Sem falar de outra que discutiu comigo até eu me cansar e botar no piloto automático. E, para concluir seu raciocínio de conclusão, se as musas não mudam o mundo, ao menos tiram o branco de nossos papéis...