quinta-feira, 14 de junho de 2007

Maldito Goriot

Maldito Goriot. May 6, '07 6:44 PM
Para uma alma atormentada que se acalma, que acha uma sublime poesia nas palavras de Goethe (mais especificamente nas cartas de "Os sofrimentos do jovem Werther") e que sente-se num mundo confortavel ao lê-las, terá como única consequencia, ao ler "O pai Goriot", um profundo choque como se alguem tivesse cravado uma terrivel adaga em seu coração e torcido diversas vezes... ok... talvez seja um pouco de exagero... mas é por ai. Quem quiser que teste essa comparação e me avise se ela é possivel.
Balzac não pode ser culpado, é um bom autor defunto, e Goriot também é uma boa obra, isso não posso por em dúvida, mas talvez seja boa demais. É obra extremamente crítica à sociedade e é impossivel questionar o que lá é apresentado. Oh minha dama, perdoe-me cair novamente nesses pensamentos de dúvida mas não podes culpar um pedaço de coração a tanto afastado de sua outra metade.
Maldito Goriot, ao mesmo tempo que o culpo não posso culpa-lo. Seria então culpa da fortuna então? Não.
O texto me traz a tona um medo. Medo que minha bela dama seja, no fundo, uma condessa Anastácia de Restaud. A vida me traz a tona um medo. Medo que minha bela dama seja, no fundo, uma viscondessa Beauséant. Mas já não chequei a conclusão de que não posso atribuir a nenhum desses dois fatores a minha descrença? Quem me falta?
Resta apenas a mim mesmo para culpar, porém logo no começo me isento de responsabilidade... ó maldito questionamento.
Maldito Goriot
Perdoe-me novamente Belle Dame.

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